2 de janeiro de 2025

Por que Álvaro Dias era tão blindado pela mídia de Natal e como Fátima estabelece relação ímpar com a imprensa

Autor: Daniel Menezes

Cabe mencionar fatos que são obviedade no meio da imprensa e dos blogs do RN diante da pergunta que algumas pessoas estão fazendo nos últimos dias - por que Álvaro Dias foi tão blindado pela imprensa de Natal? Ele não pagou o salário de dezembro dos servidores e o assunto sequer foi mencionado pela imprensa estabelecida da cidade.

Primeiro, vale enfatizar que nenhum gestor produziu uma relação com a mídia como Fátima Bezerra. Pela primeira vez na história do RN, não há interferência na formação das redações dos jornais e das bancadas das rádios, como condição para receber publicidade institucional. Tanto que é possível constatar que veículos que batem em Fátima todos os dias recebem publicidade do governo. É só entrar em veículos oposicionistas e ouvir rádios extremistas que você irá encontrar lá a propaganda. Isto não ocorria no passado. Não é ponto de vista. É a realidade e formadores de opinião nos bastidores enxergam a situação como inusitada.

Quanto a Álvaro Dias, suas gestões fizeram a imprensa de Natal involuir. Não é possível mais publicar críticas contra ele. Apenas releases, notas amenas ou entrevistas. Se publicar algo negativo, por mais factual que seja, recebe uma ligação mandando tirar. Se não tirar, perde a publicidade. Está sendo dito algo que todo o mercado tem conhecimento e que os próprios jornalistas reclamam das pautas que acabam "caindo". Não é exatamente uma novidade. Em gestões anteriores existia sim uma pressão, mas não o impedimento para noticiar os acontecimentos, me confessou um jornalista com muita bagagem nas costas. 

É incrível como uma cidade que se pretende moderna, com raras e dignas exceções, se deixou formatar como uma espécie de Caicó dos anos 1980. O exemplo mais notório foi o da pandemia, quando médicos negacionistas eram escalados para defender as ações de distribuição de ivermectina do prefeito.

No passado, jornais próximos a determinados grupos políticos eram econômicos nas críticas contra aliados, mas os fatos eram sim dados. 

Trata-se de uma postura ruim para o próprio desenvolvimento, pois a esfera pública pujante de debate é importante para o crescimento de uma região. Hoje, por exemplo, há vários indícios de que a situação fiscal da prefeitura do Natal é ruim, mas a discussão não avança, o que dificulta a formação de um entendimento maior sobre o assunto.

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