3 de janeiro de 2025

Avaliação do empresariado sobre o momento atual é a melhor desde 2013

Autor: Daniel Menezes

Do Globo - A confiança do empresariado brasileiro encerrou 2024 em um ritmo de estabilidade, mas com sinais contrastantes sobre o presente e o futuro. O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pelo FGV IBRE, registrou uma leve queda de 0,1 ponto em dezembro, alcançando 97,3 pontos. Se de um lado o Índice de Situação Atual (ISA-E) apresentou alta, o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) recuou, simbolizando a conjuntura atual, com a economia real aquecida e as projeções para ano, pessimistas.

- A confiança empresarial encerra 2024 indicando perda de fôlego da retomada observada ao longo do ano. A virtual estabilidade de dezembro ocorre pela combinação de melhora dos indicadores sobre o momento presente e piora nas expectativas. Por um lado, os empresários têm reportado sinalização de demanda aquecida, retratando o ritmo favorável da economia brasileira. Por outro lado, a piora nas expectativas, disseminada entre os setores, sugere que 2025 será um ano mais desafiador. O cenário macroeconômico, com aumento dos juros, dólar em alta e incertezas sobre a sustentabilidade fiscal, contribui para maior cautela dos empresários na virada do ano - explica Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

Uma mostra é que o Índice de Situação Atual Empresarial avançou 0,7 ponto no último mês do ano, alcançando 99,6 pontos, o maior patamar desde dezembro de 2013, quando registrou 100,2 pontos. Tanto o indicador que avalia a percepção sobre a situação atual dos negócios quanto o que mede a demanda corrente registraram alta, avançando 0,5 e 0,9 ponto, respectivamente, para 99,0 e 100,1 pontos.

Três dos quatro apresentaram crescimento da confiança em dezembro. A Indústria registrou o maior avanço, subindo 1,0 ponto e atingindo 99,6 pontos. Na sequência, o índice da Construção cresceu 0,9 ponto, para 96,6 pontos, enquanto o Comércio avançou 0,6 ponto, fechando em 93,3 pontos, ainda o menor entre os setores. Por outro lado, o setor de Serviços foi o único a registrar queda no período, com recuo de 0,6 ponto, encerrando o mês em 94,3 pontos.

Já o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) recuou 1,0 ponto, para 95,0 pontos, influenciado exclusivamente pela queda de 2,1 pontos no mês, para 94,9 pontos, do indicador que mede as expectativas com a evolução dos negócios seis meses à frente.

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