18 de janeiro de 2025

Bolsonarista é contra a saidinha de condenado pobre, mas defende saidona de golpista de estimação

Autor: Daniel Menezes

As chamadas saidinhas eram um benefício apenas concedido a condenados de baixa periculosidade, que já compriram parte de pena e tinham bom comportamento. Bolsonaristas demonizaram essa perspectiva de fazer alguém que amanhã vai voltar para a sociedade sob a falsa justificativa de endurecer as penas.

Trata-se de uma burrice. Se a sociedade tirar a esperança desse cidadão, quem dará isso a ele são as facções. E, cabe repetir, amanhã ele voltará para a sociedade. E para esta mesma sociedade é melhor que ele saía pensando em viver com sua família do que com o retorno à criminalidade.

Mas a coisa muda de figura quando o assunto é crime contra a democracia. Já está desenhado para quem não é negacionista que Jair Bolsonaro e o seu entorno tentaram de todas as formas impedir a posse do presidente Lula após serem derrotados em 2022.

E vamos ser sinceros. Bolsonaro só não está preso porque detém ainda grande quantidade de votos e a defesa de membros importantes da política. Qualquer um com 1/10 do que ele fez já enxerga diariamente o sol nascendo quadrado, como os buchas de canhão do dia 8/1. Além de desfrutar da liberdade, ele queria viajar para a passe de Donald Trump. Aí a saidona é defendida pelos bolsonaristas. Hoje, ao enviar sua mulher, a imprensa ainda enfatizou que Bolsonaro chorou por não ter ido. Que triste.

O ex-deputado Daniel Silveira foi outro. Ameaçou ministros do STF e é tido como um mártir pelo bolsonarismo. Para eles, atentar contra a vida de autoridades é liberdade de expressão (sic). 

O bolsonarismo não prega, na prática, o endurecimento penal. Quer, ao contrário, pena máxima para pobres e liberdade criminosa para os seus. É uma ideologia populista do privilégio.

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