Fátima Bezerra será reconhecida pelo que fez pelos servidores do RN?

Autor: Daniel Menezes

A minha impressão, direi logo de cara, é que não. Ora, hoje, uma verdadeira baixaria se formou no centro administrativo, com policiais civis proferindo palavras de baixo calão contra a governadora Fátima Bezerra. Motivo - eles querem a incorporação do auxílio alimentação, que eles recebem em um cartão alimentação e por dia trabalhado (plantão), junto ao salário. A administração pediu para esperar até junho pelos problemas orçamentários. A categoria não aceita e ameaça não trabalhar no carnaval. Ora, os policiais acabaram de receber aumento salarial, além da recomposição anual dos seus salarios. Não faz o menor sentido acontecer um protesto de tal natureza.

Ocorre que a formiga sabe a folha que corta. Os sindicatos pressionam porque sabem que a gestão cede. Tem sido assim nos últimos anos, o que tem feito a folha ultrapassar a lei de responsabilidade fiscal e a dificuldade de contrair investimentos.

Mas a questão não é nem essa. Todo esse esforço não será reconhecido, já que, a cada ano, o movimento empareda e se torna mais irascível. É esta postura que constrói o ponto de vista de que o servidor nunca entenderá aumento como uma política de governo, mas na perspectiva da obrigação. Assim, o ativo político não se forma. O que se ganha é só o desgaste dos protestos e greves anuais, além da dificuldade de manter os pagamentos de salários e fornecedores em dia.

Na outra ponta, há as prefeituras de Natal e da grande Natal, judicializando greves e ameaçando com corte de ponto. E daí, hoje, quem é que tem o sindicato dos professores pressionando na porta do trabalho? O governo que concedeu 100% de elevação ou a prefeitura do Natal que deve, pela mesma regra, 60%? Os fatos falam por si.

O ponto aqui não é a importância da boa remuneração ao servidor, mas da correlação de força que se estabelece e as consequências políticas em torno da situação.

 

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