1 de março de 2025

Novo secretário de Saúde do RN quer diálogo com Natal

Autor: Daniel Menezes

Da 98fm

O médico infectologista Alexandre Motta, anunciado como novo secretário estadual de Saúde, destacou a importância de fortalecer a relação entre o Estado e a Prefeitura do Natal para melhorar os serviços de saúde pública. No entanto, a dívida de aproximadamente R$ 70 milhões do Estado com o município, referente à contrapartida para o funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ainda é um entrave que precisa ser resolvido.

Durante entrevista à 98 FM, Alexandre Motta afirmou que buscará diálogo com o novo secretário de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, para otimizar os serviços. “Se a Prefeitura do Natal ganha atendendo as pessoas, a gente ganha. E vice-versa”, disse. Ele reconheceu que há débitos de ambas as partes, mas não detalhou como o impasse será solucionado.

A ex-secretária de Saúde, Lyane Ramalho, havia proposto um encontro de contas com mediação judicial para resolver a questão. Além da dívida com as UPAs, o Estado alega que também arca com serviços que seriam de responsabilidade do município, como fornecimento de oxigênio e compra de órteses e próteses.

Motta enfatizou que a colaboração entre os entes federativos é essencial para garantir um atendimento de qualidade à população. “Se nós pensarmos apenas no nosso umbigo, não vamos avançar. Nem a Prefeitura, nem o Governo do Estado”, afirmou, sinalizando disposição para colaborar em prol da saúde da população. Ele citou como exemplo a necessidade de melhorar o funcionamento das unidades básicas de saúde, que são porta de entrada para o sistema.

“Acho que a Prefeitura de Natal tem interesse em que os seus hospitais e serviços funcionem da melhor maneira possível, assim como a Secretaria de Saúde do Estado tem todo o interesse no mundo para que as coisas funcionem”, disse.

O novo secretário também destacou a importância de projetos conjuntos, como o programa Saúde no Trânsito, que busca reduzir acidentes de moto, principal causa de lotação no Hospital Walfredo Gurgel. “Se a gente reduzir em 25% os acidentes, serão 25% menos pessoas nos corredores do hospital”, disse.

Desafios 

Além da dívida com a Prefeitura de Natal, a Secretaria de Saúde do RN enfrenta um déficit mensal de aproximadamente R$ 80 milhões, com pagamentos a fornecedores atrasados em até seis meses. Alexandre Motta atribui parte do problema à redução da alíquota do ICMS, que retirou R$ 1,1 bilhão dos cofres estaduais em 2023. 

Ele espera que a recomposição orçamentária, prevista para abril, ajude a equilibrar as contas. Enquanto isso, a secretaria busca renegociar contratos e captar recursos federais. “O fornecedor precisa de regularidade. Se conseguirmos garantir pagamentos dentro do prazo contratual de três meses, ele vai entregar”, afirmou.

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