Prefeitura do Natal acertou em investir no carnaval na zona norte, mas errou ao deixar todo o restante encolher

Autor: Daniel Menezes

A Prefeitura do Natal contribuiu para trazer à tona o carnaval na região norte de Natal, na Redinha, que estava praticamente morto. Mas, cabe enfatizar, todo o restante encolheu.

Ora, só foram erguidos três polos. Na tradicional petrópolis nada ocorreu. Em Ponta Negra, foi indubitavelmente menor, com menos blocos cadastrados e parcos eventos durante o dia. E daí não adianta usar de ufanismo acrítico tal como o que foi visto em blogs e perfis alinhados ao prefeito. Basta observar a programação, a distribuição de eventos pela cidade e blocos. A secretária de cultura Iracy Azevedo, em entrevista antes do carnaval, disse que iria focar mais na Zona Norte e fazer uma festa do rei momo mais enxuta. As falas governistas de agora que dão conta do maior evento da história de Natal simplesmente brigam com os fatos e com o que foi anunciado pela própria Prefeitura do Natal.

Sejamos justos. O ex-prefeito Carlos Eduardo foi muito importante no processo de revitalização do carnaval, mas o evento diminuiu ano passado e este ano. Sim, é verdade que Paulinho Freire pegou uma prefeitura em dificuldades, mas ele mesmo disse que estava tudo bem e que faria uma gestão de continuidade durante a campanha. Não pode, portanto, reclamar de restrição de orçamento ou de ter sido surpreendido pela situação. Ele foi o maior defensor do passado que herdou.

Vale a pena agora pensar nos próximos anos. Natal nunca teve grande tradição de carnaval, mas vinha conseguindo reter renda na cidade, evitando a saída de foliões que levam recursos para outras regiões, usando o dinheiro por aqui. Pessoalmente, acho esta opção mais acertada. Mas o carnaval de 2025 deixou a pergunta no ar: a cidade irá descontinuar a festa, pensando só em algumas áreas ou voltará a expandi-lo para toda Natal?

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