5 de março de 2025

RN poderá ter projeto-piloto de desocupação de milícia e tráfico

Autor: Daniel Menezes

O Rio Grande do Norte poderá receber um projeto-piloto de desocupação de áreas controladas por milícias e pelo tráfico de drogas, por iniciativa do Ministério da Justiça. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com o jornal, que ouviu fontes próximas às negociações, integrantes do Governo do RN já foram consultados e demonstraram interesse na iniciativa; as conversas ainda estariam em andamento. Procurada, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) afirmou desconhecer essas tratativas. 

À Folha, o secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, disse que a iniciativa será implementada em quatro etapas em uma pequena cidade do Nordeste. A médio e longo prazos, a ação seria expandida para outros municípios e, após avaliações do projeto-piloto, a ideia seria aplicar em territórios maiores.

Para aplicar o projeto, o Ministério da Justiça está firmando parcerias com associações e universidades, entre as quais a Universidade de São Paulo (USP).

Como funcionaria

O projeto-piloto seria aplicado por etapas. A primeira contaria com um trabalho de inteligência e levantamento de dados para entender o ciclo econômico da organização criminosa que atua na região e, em seguida, desarticulá-lo.

O objetivo é realizar operações policiais para remover traficantes e milicianos da região, mas garantir, a partir daí, a presença contínua do Estado para evitar o retorno da criminalidade e o recrutamento de novos integrantes. 

A comunidade também seria envolvida com cursos para promoção da autonomia, em uma ação para evitar que os moradores dessas áreas recorram à criminalidade por falta de oportunidades. 

Ainda segundo a Folha, a intenção é que essas operações sejam realizadas pelas polícias estaduais, com a União atuando apenas caso a unidade da federação solicite apoio.

De acordo com Mario Sarrubbo, a etapa mais importante do projeto é o pós-intervenção policial. 

“É uma operação policial que retoma e consolida. Então, se faz o que a gente chama de saturação [que mantém uma presença constante dos policiais nos bairros mais afetados pela violência]. Você não pode sair do local antes de substituir por outra coisa”, disse ao jornal.

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