6 de março de 2025
O Governo Fátima tem um problema que não é de comunicação, mas político
Autor: Daniel Menezes
O Governo Fátima Bezerra coleciona dados históricos na área de segurança, recupera uma malha viária até então sem qualquer tipo de conserto mais significativo há décadas e conseguiu normalizar os serviços de saúde em um cenário em que os acidentes de moto, principal problema para a área no RN, explodem. Nunca na história potiguar o Walfredo ficou tanto tempo com os corredores vazios. Apesar de todos os problemas de perda de arrecadação, não há atraso na folha. O desemprego está no chão e o RN cresce acima da maioria dos demais entes na região, em parte pela modernização da legislação fiscal a partir do PROEDI. Comparativamente, é uma administração bem melhor do que as anteriores que passaram pelo executivo. Então, por qual razão tanta artilharia pesada contra o governo?
A administração tem um problema que não é de comunicação, mas político. A oposição fala sozinha sem contraponto. Hoje, por exemplo, em suas habituais fake news embaladas por uma capa de policial como se estivesse fora do "sistema", o senador Styvenson espinafrou a gestão de Fátima. Contra isto não adianta pura e simplesmente mandar releases à imprensa. É preciso que exista contraponto político de líderes da base aliada.
Ocorre que impera o silêncio na assembleia, não vem uma paulada contrária do secretariado ou de algum político mais próximo. A própria militância do PT, que é muito forte, não é municiada com o discurso antagônico. E aí não adianta citar números apenas. É importante "gritar" alto e utilizar frases de efeito que cheguem nas pessoas. Afinal, estamos na era da economia da atenção. Ao que tudo indica, o problema foi identificado, já que o secretariado vem sendo trocado por pessoas com o perfil mais político, isto é, com capacidade de falar e disputar a sociedade. Mas a reação ainda é tímida.
É possível que o governo não queira antecipar o debate sobre eleição em moldes mais específicos. Mas se for este o caso, há aí um erro porque os agentes políticos de um modo geral já estão em plena campanha e a própria administração precisa se viabilizar se quiser concorrer em 2026. Não me refiro a nomes apenas, mas a comparar a gestão atual com as anteriores, a não deixar a oposição sem resposta e fortalecer o senso de realizações.
O mais inusitado de toda esta situação é enxergar, por exemplo, uma oposição que quebrou o RN a partir da ampla participação em administrações anteriores que concorreram para tanto agora aparecer como a solução para todos os problemas. Politizar é lembrar o que foi feito por eles no verão passado.
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