6 de março de 2025
Styvenson finge esculachar a classe política para fazer pose de antissistema, enquanto vira liderado do pai do orçamento secreto aqui no RN e se alia ao PT em plano nacional
Autor: Daniel Menezes
O senador Styvenson Valentim faz um jogo interessante. No RN, ele esculacha prefeitos e outras autoridades para parecer que é antissistema. Ele fala grosso, se faz de durão e fundamentalmente espalha histórias falsas. Para quem acompanha as notícias com racionalidade, sabe que não foram poucas as vezes em que ele foi pego na mentira.
EMBALA UMA MENTIRA PARA SE PASSAR DE DURÃO E ANTISSISTEMA
O jogo funciona assim. Ele pega um monte de papel solto e histórias pela metade e vai para as redes sociais atacar um prefeito, o governo, um secretário. Aí alega que ele mandou recursos e eles se perderam ou não foram empregados, na visão dele, na forma correta. Trata-se de uma maneira de dizer que fiscaliza as emendas enviadas e de ganhar com ataque à classe política.
Após a elucidação, ao analisar os dois lados e não apenas seu histrionismo, fica claro que ou Styvenson faltou com a verdade ou ele queria fazer algo que, do ponto de vista administrativo, não era permitido. Como a maioria não irá ver os desmentidos contra ele, ou verá mas levará o tema em termos de polarização e não de saber quem está com a razão, a estratégia acaba emplacando. Ele fez isto com a ex-prefeita de Alexandria, com o prefeito de Mossoró Alyson Bezerra e faz com a governadora Fátima Bezerra.
OS PÉS EM DUAS CANOAS
Mas aí vem as contradições. Sua pose de antissistema se desfaz, na medida em que se coloca como liderado de Rogério Marinho, apontado pela imprensa nacional como um dos criadores durante o governo Jair Bolsonaro do chamado orçamento secreto. Por que, se é tão valente contra a classe política e clama por transparência, Styvenson não questiona seu líder elaborador de emendas que pecam, entre outros temas, justamente por serem obscuras? Aí ele fica manso.
Além disso, ele se passa no RN por antipetista, já que supostamente em plano local critica o PT. Ocorre que, em plano nacional, está na asa de Lula. Ora, se assim não acontece, por que ele não ataca o presidente aqui em terras potiguares?
No final, sobra, apesar da skin, um político com práticas típicas do chamado centrão e que anda distribuindo emendas na área da saúde, através do controle de quem vai, por exemplo, receber cirurgias, algo que fere o princípio da privacidade do serviço que é prestado pelo estado ao cidadão. Até porque ele não é executivo e não pode controlar listas de eleitores beneficiários de políticas públicas.
Cabe, portanto, aos seus adversários demonstrarem que eles também distribuem emendas, mas sem espalhar brasa como Styvenson, dividindo forças e, na prática, atrapalhando o andamento das atividades administrativas necessárias para a realização das políticas.
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