17 de março de 2025

Trump acusa Irã de estar por trás de ataques dos Houthis e diz que país sofrerá consequências

Autor: Daniel Menezes

Do G1 - O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, afirmou que o Irã é responsável pelos ataques dos Houthis em um post na rede social Truth Social, nesta segunda-feira (17).

 

"Que ninguém se deixe enganar! As centenas de ataques feitos pelos Houthis - os mafiosos e bandidos sinistros baseados no Iêmen, que são odiados pelo povo iemenita - emanam e são criados pelo Irã. Qualquer ataque ou retaliação adicional dos "Houthis" será recebido com grande força, e não há garantia de que essa força pare aí", afirmou.

 

Trump que, assim que assumiu seu segundo mandato na Casa Branca, restaurou a política de pressão máxima contra o governo iraniano e vem pressionando por um acordo nuclear, ainda acusou Teerã de se colocar como "vítima inocente".

O Irã vem negando, repetidamente, que esteja produzindo armas nucleares e afirma que o apelo do presidente americano por negociações é apenas uma "enganação".

 

"O Irã tem se feito de "vítima inocente" de terroristas desonestos dos quais eles perderam o controle, mas eles não perderam o controle. Eles estão ditando cada movimento, dando-lhes as armas, fornecendo-lhes dinheiro e equipamento militar altamente sofisticado, e até mesmo, a chamada 'Inteligência'. Cada tiro disparado pelos Houthis será visto, deste ponto em diante, como sendo um tiro disparado das armas e da liderança do Irã, e o Irã será responsabilizado, e sofrerá as consequências, e essas consequências serão terríveis!", ameaçou Trump no post.

 

 

Ataque dos EUA aos Houthis

Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis

 

Os Estados Unidos realizaram novos ataques aéreos contra os Houthis no Iêmen nesta segunda-feira (17), informou a TV Al Masirah, ligada ao grupo rebelde.

O ataque desta segunda faz parte de um ataque em larga escala contra os Houthis ordenado no sábado (15) pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O número de mortes causadas pelos bombardeios americanos subiu para 53 nesta segunda-feira.

A investida é a maior operação militar dos EUA no Oriente Médio desde o retorno de Trump à Casa Branca, e aumenta a pressão sobre o grupo aliado ao Irã para a interrupção de ataques a navios cargueiros no Mar Vermelho.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou no domingo (16) em entrevista à TV "Fox News" que a ação militar contra os Houthis será "implacável" e vai acabar apenas quando o grupo rebelde se desmobilizar completamente.

 

"No momento em que os houthis disserem 'Pararemos de atirar contra seus navios', 'Pararemos de atirar contra seus drones', a campanha se encerra. Até lá, ela será implacável. Trata-se de colocar um fim nos disparos contra ativos naquela hidrovia tão importante, para retomar a liberdade de navegação, que é um interesse nacional central dos Estados Unidos, e o Irã tem capacitado os houthis por tempo demais. É melhor eles recuarem", disse Hegseth.

 

 

Os ataques dos EUA no Iêmen podem continuar por semanas, segundo um oficial americano ouvido pela agência de notícias Reuters. A ação ocorre em um momento em que Washington intensifica sanções contra o Irã para tentar pressionar o país a negociar seu programa nuclear.

 

Fumaça é vista na capital do Iêmen; EUA anunciaram ataque contra rebeldes Houthis — Foto: AP

Fumaça é vista na capital do Iêmen; EUA anunciaram ataque contra rebeldes Houthis — Foto: AP

O gabinete político dos Houthis descreveu os ataques dos Estados Unidos contra o grupo como um "crime de guerra" e disse que as forças armadas do Iêmen estão "totalmente preparadas para responder à escalada com escalada".

Um porta-voz dos Houthis, Yahya Sarea, afirmou nesta segunda-feira que o grupo realizou um segundo ataque contra o porta-aviões americano Harry Truman com mísseis balísticos e de cruzeiro, que teria forçado caças americanos a recuarem. No entanto, Sarea não forneceu comprovação do ataque. O Exército americano não reportou ataque iemenita contra suas forças.

Os ataques a embarcações pelos Houthis estão entre as justificativas utilizadas por Trump para iniciar os bombardeios.

Em outubro de 2023, após o início da guerra entre o Hamas e Israel, o grupo rebelde começou a atacar navios militares e comerciais em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo. Os alvos eram embarcações de Israel e de seus aliados — em especial os Estados Unidos e o Reino Unido —, alegando solidariedade aos palestinos.

Desde então, mais de 100 ataques foram realizados contra navios mercantes e militares. Dois deles afundaram, e quatro marinheiros foram mortos. As ofensivas foram interrompidas com o atual cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em janeiro.

Mas, na quarta-feira (12), os Houthis anunciaram que voltariam a abrir fogo, depois de Israel interromper a ajuda humanitária a Gaza para pressionar o Hamas durante as negociações do cessar-fogo.

 

Quem são os Houthis?

 

Entenda quem são os rebeldes Houthis

Os Houthis pertencem ao chamado "Eixo de Resistência", uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

 

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