19 de março de 2025
Dólar emplaca 7ª queda seguida e fecha em R$ 5,64, após Fed e à espera do Copom; Ibovespa sobe
Autor: Daniel Menezes
O dólar registrou a 7ª queda consecutiva no pregão desta quarta-feira (19) e fechou cotado a R$ 5,64, o menor valor desde 14 de outubro do ano passado (R$ 5,5821). Os investidores estão atentos às decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Durante a tarde, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, anunciou a manutenção das taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado.
Mais tarde, no início da noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) divulgará o novo patamar da Selic, a taxa básica de juros brasileira. A expectativa é de um aumento de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 14,25% ao ano, o maior nível em quase 20 anos.
As decisões de juros nos dois países são observadas com atenção, pois influenciam diretamente o controle da inflação e os níveis de atividade econômica.
Tanto no Brasil quanto nos EUA, o mercado já espera uma desaceleração econômica devido aos juros elevados. No entanto, a magnitude dos aumentos no Brasil e a duração das taxas altas nos EUA podem causar um desaquecimento mais acentuado.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
💲Dólar
O dólar fechou em queda de 0,43%, cotado a R$ 5,6474. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 1,67% na semana;
- recuo de 4,54% no mês; e
- perda de 8,61% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,25%, cotada a R$ 5,6719.
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou em alta de 0,79%, aos 132.508 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
- alta de 2,75% na semana;
- avanço de 7,91% no mês; e
- ganho de 10,16% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,49%, aos 131.475 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
As decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos EUA foram os principais destaques do pregão desta quarta-feira (19).
🔎 Os dados são acompanhados de perto pois juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. No entanto, esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
Durante a tarde, o Fed decidiu manter as taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. Os dirigentes do Fed indicaram que as incertezas econômicas aumentaram, mas sinalizaram dois possíveis cortes de juros ainda neste ano.
Economistas têm alertado sobre os impactos das tarifas aplicadas pelo presidente americano, Donald Trump. Algumas tarifas estão em vigor, enquanto outras foram suspensas. Leia mais sobre o assunto aqui.
Essas taxas podem aumentar a inflação nos EUA, já que elevam os custos de produção e podem ser repassados ao consumidor final. Além disso, a incerteza causada pelas tarifas e ameaças tem prejudicado a confiança dos consumidores, levantando temores de desaceleração ou até recessão na maior economia do mundo.
Após o anúncio do Fed, os investidores aguardam a decisão do BC brasileiro, que será divulgada após o fechamento dos mercados. O Copom deve aumentar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, elevando a Selic para 14,25% ao ano, maior nível desde o governo Dilma Rousseff.
Na última reunião, o Copom já havia sinalizado um novo aumento da Selic, e a expectativa é que, diante da inflação elevada, o comitê anuncie se fará novas altas no futuro.
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