24 de março de 2025
Empresas e pessoas driblam a alta no preço do chocolate no mundo para não azedar a Páscoa
Autor: Daniel Menezes
Do Fantástico - A um mês da Páscoa, o preço do cacau está nas alturas, e isso afeta diretamente o mercado de chocolate no Brasil. Embora o preço até tenha diminuído nos últimos meses, a tonelada quase triplicou nos últimos dois anos.
Há milênios, o chocolate faz parte das celebrações, conectando pessoas e criando memórias. Na Páscoa, essa relação se intensifica.
No entanto, o ingrediente principal dessa receita está cada vez mais caro. Costa do Marfim e Gana, responsáveis por mais da metade da produção mundial de cacau, enfrentam um inimigo silencioso: a doença do broto inchado, que afeta as plantas já envelhecidas e vêm sofrendo com os extremos climáticos.
No último ano, a produção mundial de cacau caiu 10% e a demanda pelo chocolate subiu na mesma proporção, o que fez o preço subir. Essa alta não afeta apenas a indústria, mas também confeiteiras como a de Thali Garbim, que trabalha em casa na zona norte de São Paulo.
Thali precisou reinventar seu cardápio de Páscoa para não abrir mão da qualidade. Uma das soluções foi fazer a casca dos ovos de brownie, que usa menos chocolate. Ela explica que o brownie é macio e firme, permitindo que a casca seja montada sem problemas.
"Então a gente vem com o nosso chocolate já derretido e coloca dentro da nossa casca de brownie. Assim é um jeito de usar menos chocolate", comenta Thali.
Grandes produtores também se adaptaram. Este ano, haverá menos ovos de chocolate nas prateleiras: 45 milhões de unidades, uma queda de 22% em relação ao ano passado. Por outro lado, a variedade está maior, com 803 itens lançados no mercado. Em uma fábrica na Grande São Paulo, as máquinas não param, produzindo a massa de cacau que é a base do chocolate.
A expectativa é que esta seja a melhor Páscoa da história da empresa, com uma previsão de vender 30% a mais do que no ano passado. O Brasil, que já esteve entre os maiores produtores mundiais nos anos 1980, hoje ocupa o sexto lugar. O interesse pelo cultivo nacional vem se reacendendo nos últimos anos.
Thali está otimista, mesmo com o reajuste de 30% no valor de seus produtos. Ela acredita que os clientes não abrem mão do ovo de Páscoa, valorizando a qualidade do chocolate. O chocolate passa a ser apreciado não apenas como um doce, mas como um alimento gourmet.
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