Cem dias sem mostrar a que veio

Autor: Daniel Menezes

Por Brisa Bracchi, vereadora de Natal e líder da oposição na Câmara Municipal

Chegamos aos cem primeiros dias da gestão Paulinho Freire à frente da Prefeitura do Natal e o que mais tem chamado atenção não são exatamente os feitos, mas a ausência – a ausência de respostas, de ações efetivas e de presença política diante dos grandes
desafios da cidade.

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Em momentos críticos, a população tem sentido falta não só de medidas, mas da figura do próprio prefeito. Foi assim quando, no começo do ano, a cidade sofreu com o cenário de caos com os alagamentos e a falta de infraestrutura da cidade, e o prefeito nem em Natal estava. A engorda da Praia de Ponta Negra, tão exaltada pela gestão anterior e defendida pelo atual prefeito, foi entregue sem resolver o problema da drenagem – e segue da mesma forma, mesmo após sua conclusão.

A saúde pública, por sua vez, vive um colapso, seja na gestão, com 3 nomeações na
titularidade da pasta nesses cem dias, seja em seus equipamentos: UPAs estão superlotadas e com atendimento precário; o novo Hospital Municipal, “inaugurado” em dezembro do ano passado, sequer recebeu paciente, nunca funcionou efetivamente e segue sem dispor de condições necessárias para atender à demanda da cidade. Faltam transparência e planejamento, sobram promessas e notas evasivas.

Na cultura, os trabalhadores e trabalhadoras da cultura seguem amargando esperas de
meses para receber o que lhes é devido, o atraso em seus pagamentos é regra. Um
desrespeito com uma classe que movimenta a economia e a alma da cidade, e que deveria ser valorizada. O mesmo tipo de negligência atinge centenas de estagiários contratados pela própria prefeitura, que estão com pagamentos atrasados, mesmo sendo essenciais em áreas como a educação, e também são colocados em situações precárias para atuação.

O abandono de políticas públicas também se revela no Mercado da Redinha, obra entregue ainda no ano passado num processo que excluiu os permissionários, e que permanece em tensões de abertura e fechamento, privando a cidade de um importante espaço cultural e econômico, e trabalhadoras e trabalhadores de sua fonte de sustento.
Como líder da oposição na Câmara Municipal de Natal, tenho cobrado respostas,
apresentado alternativas e atuado para garantir que os interesses da população sejam
respeitados. A cidade precisa de uma gestão que dialogue, de um prefeito presente e do enfrentamento dos problemas com coragem. Natal não pode ser administrada por
ausências nem por marketing.

Cem dias já se passaram. O povo de Natal merece muito mais que isso.

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