15 de abril de 2025

PL não tem tamanho suficiente para obstrução por anistia, diz Rogério

Autor: Daniel Menezes

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Líder do Partido Liberal (PL) no Senado, Rogério Marinho afirmou que a legenda não possui tamanho para uma obstrução eficiente no Congresso Nacional em favor da anistia.

A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo. No começo de abril, a sigla anunciou que adotaria a obstrução como forma de pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto de anistia aos golpistas envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. No entanto, no dia 8, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o partido iria retirar a obstrução aos trabalhos na Casa depois que a mobilização não surtiu os efeitos desejados. O pedido de urgência do projeto de anistia foi protocolado na Câmara nesta segunda (14).

Questionado pelo O Globo sobre o fim da obstrução, Rogério Marinho disse que o caminho é a negociação.

“Nós não temos tamanho no Congresso para uma obstrução eficiente. Eu advogo pela transigência, pela política. (O presidente da Câmara) Hugo Motta já disse que a pauta vai andar quando tiver assinaturas suficientes. Mas, o instrumento da obstrução também é da política, faz parte do jogo. É necessário dar conforto ao Motta, mostrar que o texto pode tramitar”, afirmou.

Rogério também falou sobre a manutenção do nome de Bolsonaro como pré-candidato a presidente, mesmo estando inelegível. O Globo perguntou a respeito da posição do deputado Elmar Nascimento (União-BA), que diz que o projeto do Centrão depende de uma decisão de Bolsonaro para 2026, enquanto Ciro Nogueira (PP) quer a definição de um candidato até dezembro.

“A narrativa do Judiciário está impregnando as pessoas. Isso é deplorável. Para que velocidade nesse processo? O deadline (prazo limite) é agosto de 2026, época do registro eleitoral. Bolsonaro está vivo, representa a direita e é necessário aguardar o desdobramento do processo. Defendo o nome dele até que ele decida o que quer fazer, até serem esgotadas as possibilidades. A esquerda é árida, não existem outras lideranças, exceto o Lula. Na direita, surgem outros nomes. Mas, quem dirá qual é o nome será Bolsonaro”, justificou.

Bolsonaro inelegível e réu

Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro por oito anos, contados a partir das eleições de 2022. Ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado. Walter Braga Netto, que compôs a chapa de Bolsonaro à reeleição, foi excluído da sanção, uma vez que não ficou demonstrada sua responsabilidade na conduta.

Já em março deste ano, o ex-presidente se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Bolsonaro, mais sete ex-integrantes do seu governo foram denunciados por tentativa de golpe de Estado. São eles: o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.

Segundo a denúncia, esses oito acusados integram o Núcleo 1, ou “Núcleo Crucial”, de uma organização criminosa que buscava impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor o governo legitimamente eleito.

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