16 de abril de 2025
Setor de regulação em Natal vive cenário escandaloso: fura-filas e assédio
Autor: Daniel Menezes
Um cenário escandaloso e muito preocupante envolvendo o DRAC-SMS (Departamento de Regulação, Avaliação e Controle), foi denunciado ao Sindsaúde/RN. Segundo as informações, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde têm enfrentado uma postura autoritária, abusiva e desrespeitosa por parte da coordenadora do setor que, desde o início do ano, humilha, silencia e ameaça a equipe.
Mas, o problema vai muito além de assédio moral. Existe a acusação de que está acontecendo, dentro do serviço, atitudes criminosas que colocam em risco a vida da população que depende do SUS. Consultas, exames e outros procedimentos estariam, segundo as denúncias, sendo marcados por essa mesma coordenadora, que tem como cúmplice seu esposo, fora da fila, sem seguir critérios legais, muitas vezes beneficiando apadrinhados e atropelando milhares de pessoas que aguardam há meses e até anos por atendimento.
Registros, documentados pelos (as) profissionais, denunciam diversos casos como um em que um paciente específico conseguiu consulta em dois dias, enquanto a fila tem mais de 3.600 pessoas esperando desde 2023. Existe exame liberado por usuários sem função técnica de regulador, em flagrante desvio de função. Tem marcação feita sem o paciente sequer estar na fila. E tudo estaria acontecendo em meio ao silêncio da Secretaria de Saúde e do prefeito Paulinho Freire (União Brasil), que assumiu a Prefeitura de Natal no início do ano, distribuindo seus cargos comissionados de posturas questionáveis, como é o caso da coordenadora que assumiu o posto na mesma época.
Ou seja, a regulação foi sequestrada por um grupo que usa o serviço público para perseguir servidores (as), manipular o sistema e favorecer aliados políticos, passando por cima das normas e diretrizes que norteiam o funcionamento das instituições de saúde, públicas e privadas, para garantir a lisura no período de espera por procedimentos. A atual gestão do DRAC transformou o ambiente de trabalho num campo de guerra. Ameaças, reuniões com tom de punição, proibição de críticas, despachos fora da legalidade, destruição da hierarquia e manipulação das chefias são práticas cotidianas. A situação já está sob investigação da Promotoria do Ministério Público que já realizou algumas visitas nos distritos sanitários no ano passado.
É assédio moral institucionalizado, naturalizado por quem deveria zelar pela saúde pública e pelo bom funcionamento do SUS. O Sindsaúde/RN exige investigação urgente, afastamento imediato da coordenação, responsabilização de quem está favorecendo o fura-fila e respeito aos trabalhadores (as) da saúde. E que a população saiba: se você está esperando por atendimento há meses, talvez tenha sido passado para trás pela coordenação do DRAC.
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