20 de outubro de 2023

Operação contra espionagem aumenta pressão por saída de diretor-adjunto

Autor: Cecília Marinho

Ministros do governo avaliam que operação pode resvalar em Alessandro Moretti, número 2 da Agência Brasileira de Inteligência

 

A operação da Polícia Federal que aponta um esquema de espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro deve elevar a pressão pela saída do diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti.

Ministros do governo Lula recordam que o nome de Moretti sofreu resistência por conta da ligação dele com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Moretti foi secretário-executivo da Segurança Pública, quando Torres comandava a pasta no Distrito Federal, entre 2019 e 2020. Depois, Moretti assumiu a Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.

No período de campanha presidencial, o servidor chegou a travar embates com o atual Diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em meio a uma discussão sobre a segurança do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A indicação dele para Abin gerou mal-estar na cúpula da PF e receio de que pudesse comprometer o diálogo da Abin com a corporação. Além disso, a nomeação pegou Rodrigues de surpresa, segundo interlocutores. O delegado disse a aliados que, se tivesse sido consultado, não teria cedido o policial para ocupar o novo cargo.

No Senado, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Renan Calheiros (MDB-AL), tentou segurar sabatina de Luiz Fernando Corrêa para direção da Abin para pressioná-lo a desistir da escolha de Moretti.

O receio de integrantes da base aliada era que a Abin fosse transformada em um “segundo GSI”, com a estrutura tomada por bolsonaristas. A pauta só foi destravada a pedido de Lula. Corrêa teria pedido pessoalmente ao presidente um voto de confiança a Moretti.

 

 

Fonte: CNN Brasil 

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