23 de outubro de 2023

Votação na Argentina é com encarte de papel, e eleitor precisa levar tesoura para cortar; entenda

Autor: Cecília Marinho

Além do presidenciável, cada cédula tinha a lista com candidatos a outros cargos em disputa (como deputado e senador) e que compunham uma mesma aliança. O eleitor que não quisesse votar em todos os concorrentes de uma única aliança tinha de recortar suas escolhas de folhetos diferentes.

 

Além dos documentos obrigatórios exigidos, quem foi votar no 1º turno das eleições da Argentina, neste domingo (22), poderia – ou deveria – levar uma tesoura (veja vídeo acima). Isso porque:

🗳️ Na mesa de votação, havia cinco cédulas, cada uma encabeçada por um diferente candidato a presidente.

📜 As cédulas eram encartes de papel dobráveis. Nessa espécie de folheto, havia a indicação do presidenciável e dos concorrentes aos outros cargos em disputa e que compunham uma mesma aliança.

📋 Os argentinos foram às urnas para eleger, além do presidente, deputados, senadores e governadores (no caso das províncias de Buenos Aires e Entre Rios) e prefeito (no caso da cidade de Buenos Aires).

☑️ O eleitor que que quisesse votar em todos os nomes de uma única aliança deveria apenas dobrar a cédula escolhida, colocar num envelope e inserir na urna.

✂️ Mas o que acontecia se o eleitor não quisesse votar em todos os candidatos de uma mesma aliança? Era preciso recortar o(s) nome(s) escolhido(s) de pilhas diferentes, depois juntar tudo num envelope e, finalmente, inserir na urna.

🧑‍🏫 O colunista da GloboNews Ariel Palacios explicou: "Tem que levar uma tesoura, cortar de uma forma muito bem-cortada, senão podem anular seu voto. [Em seguida] Vai na outra pilha, pega [a outra cédula], corta na linha pontilhada... Isso se chama corte de boleta (a cédula eleitoral)".

🚨 Palacios também analisou: "Evidentemente, ao longo da história argentina, as pessoas não têm paciência para fazer isso [recordar cédulas]. Elas pegam aquele [único] papel e botam na urna. Mas, desta vez, a coisa está sendo diferente. Os analistas dizem que há uma tendência a um aumento de corte de boleta. E isso complica mais o esquema político do próximo governo".

Eleição foi para o 2º turno

Na principal disputa deste domingo, Sergio Massa, o candidato da coligação governista e atual ministro da Economia da Argentina, terminou na frente no primeiro turno. Ele não era o favorito, e o resultado foi considerado surpreendente.

Massa vai concorrer no 2º turno, marcado para 19 de novembro, com Javier Milei, candidato populista que se define como libertário e que, em agosto, havia vencido a votação das primárias.

A apuração dos votos deste domingo chegou a 98,51%. O resultado da votação dos dois candidatos mais bem colocados no primeiro turno foi:

 

  • Sergio Massa, com 9,6 milhões de votos, ou 36,68% do total
  • Javier Milei, com 7,8 milhões de votos, ou 29,98% do total

 

 

Fonte: G1

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