28 de março de 2023

O anúncio do horror pelo aniversário de uma facção virou escandalização por fogos de artifício

Autor: Redação

Setores da imprensa, do judiciário e da oposição passaram dias alegando que ontem (27) teríamos uma onda de ataques por uma facção que faria aniversário. Seria o ápice dos últimos dias de atentados, foi possível ler em noticiosos jornais. As pessoas ficaram com medo e falando a respeito. Na verdade, ocorreu a prisão, só no dia 27, de cerca de 80 membros de facção. Atentados? Nenhum.

Hoje, o correto era dizer: erramos. Mas aí os fogos passaram a ser usados pra encobrir o erro. Sim, infelizmente, facções soltam fogos de artifício em comemoração de sua data de criação e o fato já ocorre há muitos anos. Porém, ao contrário do que foi amplamente alardeado, o dia 27 foi bastante tranquilo.

Some-se a isto que, também contrariando anos anteriores, não há indícios de negociação entre o poder público e as organizações criminosas. Na verdade, foram quase 300 presos sem recorrer a tal da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para por jovens com fuzis do exército sem nenhum preparo para o conflito urbano nas ruas, conforme enfatizou o jornal Folha de São Paulo em editorial.

O interessante é que, quando de fato morriam 4 mil pessoas por dia na pandemia, as mesmas pessoas alegavam que não era momento para criar nenhum tipo de pânico. Na prática, tudo é uma questão do que é prioridade. Falar sobre os mortos pela covid naquele momento não era de grande relevo. Escandalizar com o barulho por fogos de artifício sim.

Polícia Civil efetua prisão de membro de facção criminosa