10 de agosto de 2023

Anderson Torres diz que houve falha no planejamento de segurança no dia 8 de janeiro, mas se recusa a apontar culpados

Autor: Cecília Marinho

O ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, disse que houve falhas no planejamento de segurança elaborado para 8 de janeiro. Nesse dia, bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República, em Brasília.

Apesar de ter tido que houve falhas no plano de segurança, Anderson Torres se recusou a falar sobre culpados. “É o que tem que ser apurado”, afirma. A declaração foi feita durante reunião da CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF, nesta quinta-feira (10).

No início da sessão, Anderson Torres repetiu o pronunciamento feito durante a CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, onde prestou depoimento nesta terça-feira (8). Ele disse que nunca cogitou a mostrar para alguém a "minuta do golpe" e que não houve interferência do Ministério da Justiça na PRF, durante o 2º turno das eleições.

Torres é investigado pela Polícia Federal por suspeita de omissão e conivência com os atos de vandalismo em Brasília, no dia 8 de janeiro. À época, ele era o secretário responsável pela segurança na capital federal. Torres nega as acusações.

Ele foi preso em 14 de janeiro e solto em 11 de maio, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, o ex-secretário cumpre medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e necessidade de comparecimento semanal à Justiça.

De acordo com o ex-secretário, o Protocolo de Ações Integradas (PAI) n° 2/2023, assinado por ele, é um dos "mais completos que temos no DF". O documento traz orientações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) às Forças de Segurança da capital federal para evitar os atos de vandalismo em manifestações bolsonaristas entre os dias 7 e 9 de janeiro.

O PAI previa, inclusive, reforço do efetivo da Polícia Militar e orientava a corporação para que evitasse danos ao patrimônio público. Além disso, havia instruções para o isolamento da Praça dos Três Poderes e o fechamento da Esplanada dos Ministérios.

"Não sou eu que digo quantos policiais, se vem o Bope. Cada instituição diz isso. Aqui participaram Supremo, o Congresso, que ficou responsável por colocar os gradis", afirmou Torres.

Fonte: G1

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