15 de agosto de 2023

Ao menos 13 militares da ativa estão na mira da PF pelos ataques do 8/1

Autor: Redação

(FOLHAPRESS) - Dois generais, nove coronéis, um major e um sargento. Ao menos 13 militares da ativa de patentes altas estão entre os principais nome na mira da Polícia Federal por causa dos ataques aos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro.

Os motivos reúnem suspeitas de inércia em relação ao acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, de inação de integrantes da guarda do Palácio do Planalto e de participação direta nos ataques.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, as investigações da PF devem apontar a participação parcial de militares no 8 de janeiro.

O levantamento da reportagem não leva em conta outros militares que já estão na mira de inquéritos, em especial os relatados por Alexandre de Moraes, do STF, por causa de suas ações ao longo do governo Bolsonaro, nem os de patente mais baixa que desempenhavam funções de segurança nos prédios públicos.

Entre os alvos estão os generais Gustavo Dutra e Carlos Feitosa Rodrigues, o coronéis Wanderli Silva Junior, André Furtado, Paulo Fernandes da Hora, Márcio Resende Júnior, Rodrigo Bragança Silva, Gian Dermario da Silva, Jean Lawand Júnior, Marcelino Carneiro e Mauro Cid, o major José Eduardo Natale e o sargento Luis Marcos dos Reis.

Em todos os casos, um nome é onipresente: o de Cid, ex-chefe da Ajudância e considerado o assessor mais próximo de Bolsonaro.

Cid não só é alvo de várias investigações, entre elas o 8 de janeiro, como arrastou até seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, para a mira da PF por causa do episódio da venda de joias presenteadas por autoridades estrangeiras.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso e, sobre o 8 de janeiro, pesa contra ele tanto o histórico de apoio a Bolsonaro nos ataques contra as urnas eletrônicas como o material encontrado em seu celular relacionado a tratativas sobre um suposto golpe.

Segundo relatório da PF, foi encontrada com Cid uma minuta golpista de um decreto de estado de sítio, além de uma espécie de estudo para a viabilidade para a intervenção das Forças Armadas para reverter o resultado das eleições de 2022. Também foram identificados diálogos sobre um golpe ou manifestações de apoio aos militares.

Companheiro de Cid na Ajudância, o sargento Luis Marcos dos Reis é um dos militares da ativa que participou da invasão a Praça dos Três Poderes. Mensagens encontradas no celular de Cid mostram o próprio Reis comentando a ida ao local dos ataques.

"Entraram no Planalto, no Congresso, 'Câmera' dos Deputado e entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrões. Arrancou tudo! Foi, foi... O bicho pegou hoje aqui!", diz o sargento, preso por ordem de Moraes por causa do episódio da falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro.

Além de Reis, os coronéis Márcio Resende Júnior, Rodrigo Bragança Silva, Gian Dermario da Silva, Jean Lawand Júnior e Marcelino Carneiro aparecem em um relatório sobre Mauro Cid. Eles integravam um grupo de militares da ativa com conteúdo golpista.

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