6 de novembro de 2023

Ameaças fazem Câmara desmarcar presença de israelenses em audiência sobre guerra

Autor: Cecília Marinho

Somente entidades e representantes palestinos aparecem entre os confirmados pela Comissão de Legislação Participativa

 

O convite de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a guerra Israel-Hamas provocou uma onda de mensagens com insultos e ameaças contra a tentativa de ouvir tanto israelenses quanto palestinos.

Diante da pressão, a Comissão de Legislação Participativa (CLP) manteve a sessão marcada para esta terça-feira (7), mas decidiu desconvidar os especialistas que falariam em nome de Israel.

Agora, somente entidades e representantes palestinos aparecem entre os confirmados. De acordo com integrantes da comissão, as mensagens mostraram o nível de perigo em manter o debate com os dois lados no mesmo lugar.

Entre os convidados mantidos, está o médico palestino-brasileiro Ahmed Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina. Shehada é irmão de um ex-líder do Hamas que foi assassinado em 2002.

Na lista de confirmações também aparece Ualid Rabah, presidente da Federação Palestina no Brasil. Há ainda historiadores, pesquisadores e juristas que falam em nome dos árabes.

A audiência foi proposta pelo deputado João Daniel (PT-SE). Algumas mensagens de conteúdo intimidatório foram encaminhadas ao gabinete dele, outras à própria comissão.

No requerimento, o deputado ressaltou a importância de ouvir “diferentes pontos de vista” sobre a guerra diante da “complexidade do conflito”.

O convite inicial previa a presença de representantes da embaixada de Israel no Brasil, da embaixada da Palestina, da comunidade judaica, da comunidade árabe-palestina, da Organização das Nações Unidas (ONU), de entidades da sociedade civil e meio acadêmico.

“Muitos grupos pró-Israel acabaram tumultuando e ficou perigoso manter os dois lados. Eles mandaram muitas mensagens, pedindo pra participarem ou dizendo que somos terrotistas por querer ouvir “o hamas”, na cabeça deles”, disse um auxiliar da comissão à CNN.

 

Fonte: CNN Brasil 

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